Em Guarapari, o planejamento turístico segue Heráclito: tudo flui, nada permanece. Infelizmente, fluem oportunidades, permanece a falta de estratégia. Cidades vizinhas constroem seu futuro com precisão de arquiteto; nós improvisamos como artistas de rua – talentosos, mas sem direção.

Guarapari Foto Aérea Panorâmica – Marcelo Moryan

Nossa gestão turística é caótica: um bater de asas no verão vira furacão de improvisação no inverno. Cremos que sol, areia e mar bastam, esquecendo que até o melhor bolo precisa de confeiteiro habilidoso.

Guarapari vai começar 2025 com um novo prefeito e perspectiva de suplementação orçamentária. Talvez vejamos nascer nesse novo cenário um projeto turístico que não seja escrito na areia, mas P-R-O-F-I-S-S-I-O-N-A-L.

Enquanto outras cidades sequestram com criatividade festivais, nós temos a “Esquina da Cultura” – um festão inegavelmente bonito e um foguete para o turismo, mas cuja relação com a cultura é tão tênue quanto a de um guarda-sol com a astrofísica. Contudo, o potencial está lá, esperando para ser explorado. Que tal torná-lo itinerante, levando essa explosão de… bem, o que quer que seja, para diferentes cantos de Guarapari? Assim, poderíamos não só ampliar seu alcance “cultural”, mas também distribuir seus benefícios por toda a cidade, em vez de privilegiar apenas um local. É hora de transformar nossa “Esquina” em uma avenida de possibilidades – quem sabe até honrar o nome “cultura” pelo caminho. Chegou o momento de sermos originais!

Inovemos com um “Programa de Educação Turística”: precisamos envolver e educar nossa sociedade para o turismo. Desde crianças até adultos, todos aprenderiam sobre nossas riquezas naturais e culturais, desenvolvendo orgulho local e compreendendo a importância do turismo para a economia local.

Prefeito Borges, o desafio está lançado. Transforme Guarapari de mero destino “sol e mar” em farol de cultura e inovação. Estamos fartos de ser conhecidos só pelo sol que ofusca ideias.

O tesouro de Guarapari não está na areia, mas no potencial de nossa gente, na riqueza cultural e na capacidade de reinvenção. Hora de parar de viajar na maionese! Mas se for maionese, que seja caseira!