*Por Maria Leandra Aroeira| A Operação Vastum, realizada pela Superintendência de Polícia Regional Metropolitana (SPRM) da Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) na terça-feira (05), teve como objetivo fiscalizar o comércio ilegal de material reciclado em toda a região da Grande Vitória. Essa operação conjunta contou com o suporte das Guardas Municipais, peritos da PCES e empresas de telefonia e energia elétrica do estado.

Durante a operação, foram confiscados aproximadamente 670 quilos de fiação metálica, 120 quilos de peças metálicas e 87 metros de fios de telefonia encapados, entre outros itens. Em Vila Velha, duas pessoas foram detidas em flagrante por receptação, enquanto em Guarapari, cinco indivíduos foram presos sob a mesma acusação. Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (13), os representantes responsáveis pela ação falaram sobre o procedimento.

Operação Vastum objetivo fiscalizar o comércio ilegal de material reciclado em toda a região da Grande Vitória.

“Com a integração das forças de segurança da Polícia Civil, Guarda Municipal e Polícia Militar nós estamos enfrentando essa onda de roubos de fios e principalmente o combate à receptação”, declarou a representante da Superintendência de Polícia Regional Metropolitana (SPRM), delegada Lídia Meirelles Daud. “A operação foi um sucesso e outras virão, não foi a primeira e nem será a última”, completou.

Prisões em Guarapari. Em Guarapari, a operação terminou com cinco prisões em flagrante, conforme informou a titular da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Guarapari, delegada Rosane Cysneiros.

“Tivemos cinco prisões em flagrante, o que foi muito importante para a cidade, já que havia um incômodo em relação aos furtos de fios de energia da cidade. Estávamos sendo demandados por comerciantes e pela população em geral e a demanda precisava de uma resposta”, afirmou a delegada.

Sobre o perfil das organizações que se beneficiam dos roubos, Meirelles explicou que eram empresas de pequeno porte. “Alguns locais foram fechados por serem clandestinos. Eles eram de pequeno porte, mas para o tamanho de Guarapari, eles acabam causando um impacto bem grande”, explica ela.

Prejuízos. Segundo o titular do 6º Distrito Policial, delegado Guilherme Eugênio Rodrigues, o roubo de fiação causa graves danos à sociedade. “Os prejuízos vão muito além do prejuízo material imediato. Muitas vezes é relacionado ao interrompimento dos serviços de água, luz e conexão. A interrupção desses serviços pode gerar até resultados fatais, como na urgência e emergência, atendimento médico e policial”, explicou o delegado.

O delegado falou ainda sobre como acontece o processo de receptação dos materiais roubados. “O processo de compra de metais se assemelha muito ao de lavagem de dinheiro. Na lavagem de dinheiro, empresas são criadas para transmitir ao dinheiro de origem ilícita uma aparência de algo legal. Já na lavagem de metais, eles são vendidos de uma pequena empresa para outra, mediante notas fiscais, e no final chegam a grandes metalúrgicas com uma aparência de licitude que não é real”, explicou ele.