Nesta quinta-feira, 11 de julho, os trabalhadores da construção civil de Guarapari e empresários foram surpreendidos com ameaças, truculência e até depredação em obras da cidade. As imagens gravadas com um celular mostram homens quebrando o padrão de energia de uma das obras na Praia do Morro.

A Polícia Militar foi acionada para garantir a segurança de todos e impedir ações de vandalismo. Há um áudio que está circulando em grupos de WhatsApp desde ontem à noite, (10/07), com ameaça aos trabalhadores da construção civil que insistirem em trabalhar.

A Polícia Militar foi acionada para garantir a segurança de todos e impedir ações de vandalismo

Confira um trecho do áudio que está circulando.

“ A partir de amanhã,(11/07), toda a companheirada de Guarapari não tem que entrar dentro da obra. Tem que chegar na obra e esperar o piquete passar, do lado de fora. Vamos estar com piquete arrastando tudo em Guarapari”, diz trecho que seria de um dos diretores do sindicato dos trabalhadores enviado à vários grupos de WhatsApp.

No mesmo áudio, consta ameaça aos empresários.

“Vamos amanhã mostrar para os empresários de Guarapari que nós estamos indignados com eles e nós queremos nosso aumento. Porque que todo mundo teve aumento e só Guarapari que não teve? Então dependemos de todos os companheiros hein.” Outro trecho do áudio.

O movimento grevista, segundo informações vem sendo realizado por trabalhadores do próprio sindicato que tem sede em Vitória e com baixa adesão dos trabalhadores de Guarapari. Apesar de terem sido ameaçados, os profissionais continuam trabalhando normalmente.

Há vídeos mostrando um caminhão do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil – Sintraconst percorrendo a avenida Munir Abud onde está localizada a sede do Sindicig. No vídeo o sindicalista alega que não há necessidade da presença da Polícia Militar para uma conversa entre sindicatos, no entanto no WhatsApp já houve registros de ameaças.

O que diz o Sindicig

O Sindicato da Indústria da Construção Civil de Guarapari, informou que os trabalhadores da cidade praticamente não aderiram ao movimento, tendo em vista que já receberam o reajuste salarial previsto em convenção.

“O Sindicig assinou a convenção com o Sinduscon e o Sintraconst do reajuste de 3,4% que se refere a correção do IGPM – Índice Geral de Preços e Mercado, conforme já ocorre a convenção anualmente nos últimos 8 a 10 anos. Uma vez que existe ameaças, agressões, coerção perde o sentido legítimo do movimento grevista”.

Em Guarapari são 2.500 pessoas que trabalham diretamente na construção civil e não há adesão dos trabalhadores neste ato.